quinta-feira, dezembro 10, 2009

Presidenciais angolanas em 2012?
Talvez, se for o melhor para o MPLA

O líder do MPLA, partido que governa Angola desde 1975, disse hoje em Luanda, no encerramento do VI Congresso do seu partido, que o actual Governo deve "cumprir integralmente" o mandato até ao fim, apontando a eleição do Presidente da República apenas para 2012. Se até lá não mudar de ideias...

O projecto de nova Constituição do maior partido de Angola e que já leva 34 anos de poder, prevê que o Chefe de Estado seja eleito através do cabeça de lista do partido mais votado para a Assembleia Nacional, cujas eleições só se realizam dentro de três anos.

"Tudo indica que a (nova) Constituição vai alterar o actual sistema de Governo e definir novos períodos de mandatos para os órgãos de soberania eleitos. E é desejável que o MPLA possa cumprir integralmente o mandato para governar o país que obteve através das urnas no ano passado", disse José Eduardo dos Santos.

Com 191 dos deputados eleitos em 220 possíveis, nas legislativas de Setembro de 2008, o projecto constitucional do MPLA, de matriz Presidencialista Parlamentar, deverá ser facilmente aprovado, perpetuando no poder todos aqueles que lá estão há dezenas de anos.

É a tal democracia tão aplaudida nos areópagos da grande e petrolífera política internacional.

Quanto a Portugal, tal como fez o seu Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, a propósito das comemorações da independência, 11 de Novembro, continuará de cócoras e a dizer que Portugal e Angola «souberam construir uma relação de sólida amizade e cooperação que, com a conquista da paz, se tem vindo a fortalecer e a expandir a novos domínios de interesse comum, com resultados expressivos e mutuamente vantajosos, tanto no quadro bilateral, como no da coordenação de esforços e posições na cena internacional».

Cena internacional? Pois é. E é assim que a CPLP (essa coisa que por extenso quer dizer Comunidade de Países de Língua Portuguesa) vai ter na Presidência, em 2010, o único presidente dos estados-membros não eleito: José Eduardo dos Santos.

1 comentário:

Calcinhas de Luanda disse...

Tal como à querida União Nacional de tão boa memória para o EME, pois certamente que lhe serviu de musa inspiradora, ainda faltam 14 para perfazer 48 anos no poder. Há que ter paciência. Quem sai aos seus não degenera.