sábado, dezembro 19, 2009

Reino Unido, Israel e África

O governo do Reino Unido está a estudar, com carácter de urgência, uma reforma do respectivo sistema legal para acabar com a ferramenta que permite a juízes emitirem ordens de prisão contra (alguns) políticos estrangeiros em visita ao país.

A alteração foi incentivada pelas críticas de Israel na sequência uma ordem de prisão emitida contra a sua ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e actual líder da oposição, Tzipi Livni (foto), que a levou a cancelar a viagem a Londres.

Segundo comunicado assinado pelo ministro de os Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, a visita de personalidades de Israel ao Reino Unido é muito importante e o país está disposto a impedir que a situação se repita.

«Israel é um sócio estratégico e um amigo próximo do Reino Unido. Estamos determinados a proteger e desenvolver estes laços. Os líderes israelitas, como os líderes de outros países, devem visitar e manter um diálogo apropriado com o governo britânico», disse.

A ordem de detenção contra Livni - que iria visitar o Reino Unido - foi concedida por um tribunal a pedido de grupos palestinianos devido ao seu papel na ofensiva militar do início do ano contra o movimento radical palestiniano Hamas, na faixa de Gaza.

Advogados representando grupos palestinianos aproveitaram nos últimos anos os termos da «jurisdição universal» para procurar ordens de prisão para militares, civis e políticos israelitas.

Como se constata, esse maldito povo nazi conhecido por israelitas está a provocar um verdadeiro genocício dos palestinianos. Como certamente diria João Gomes Cravinho, o primeiro-ministro de Israel, este ou qualquer outro, não passa de um Hitler.

Em Darfur, no Sudão, fontes certamente muito mal informadas apontaram para mais de 300 mil mortos e dois mihões de deslocados. Embora o massacre tenha sido praticado por um regime islâmico, o melhor é não lhe chamar genocídio.

Genocídio é com certeza o que se vai passando na Faixa de Gaza e não, é claro, qualquer outra coisa que se passa em África. Para se falar de genocídio é preciso ver quem são as vítimas e quem são os autores.

Ou seja, se os autores são israelitas e as vítimas palestinianos, então qualquer que seja o número de mortos e feridos é um genocídio. Se os autores são pretos e as vítimas também pretos, então trata-se de um pequeno conflito, mesmo que morram aos milhares.

Mas o que é que isso importa? O mundo dos bons tem mais com o que se preocupar. A Faixa de Gaza, o cão de Barack Obama, o prémio de Cristiano Ronaldo ou a bitacaia que atacou a Lili Caneças são bem mais importantes do que umas centenas de mortos em África, mesmo considerando que algumas dessas vítimas sentem a dor em português.

É claro que os africanos podem desaparecer, mas as riquezas naturais continuam lá à disposição dos donos do mundo. É a civilização ocidental no seu melhor.

É certo que a situação na República Democrática do Congo continua a ferro e fogo, tal como continua perigosamente instável a vida na Guiné-Conacri, na Somália, no Sudão...

Mas o que são milhares de mortos pela cólera no Zimbabué comparados com os 500 palestinianos mortos pelos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza, ou os três ou quatro israelitas mortos pelos ataques do Hamas?

Mas o que são os eventuais 60.000 potenciais casos de cólera no Zimbabué comparados com os perto de 200 mortos nos ataques a Bombaim?

E o que são os milhões de pessoas que em toda a África morrem de fome, de doença ou pelos efeitos da guerra, comparados com uma missa que concentrou, em Madrid, um milhão de pessoas?

É claro que o importante é mostrar ao mundo que a aviação israelita tornou em escombros grande quantidade de prédios em Gaza. Reconheço que tal não acontece em África. Em zonas onde há milhões de pessoas que vivem em cubatas é difícil, calculo eu, ter imagens de prédios destruídos.

Além disso, o que interessa não são os africanos mas, antes, o petróleo e outros produtos vitais para o Ocidente. E se até Sarah Palin não tinha a noção do que era essa coisa chamada África, é bem natural que as ruas das principais cidades mundiais se encham de cidadãos de primeira preocupados com outros cidadãos quase de primeira, os palestinianos, e não com essa espécie menor a que chamam pretos.

E assim se faz a história onde as prioridades, entre outras justificações, são feitas pela cor da pele. Racismo? Não. Nem pensar. Apenas uma realidade indesmentível: uns são pretos, outros não!

4 comentários:

ELCAlmeida disse...

Não é uma questão de racismo. É, tão só, uma simples questão de... oportunismo e de salvaguarda de interesses.
Precisasse o reino Unido do petróleo do Sudão e podes ter a certeza que os líderes de Kartun já teriam sido recebidos como heróis importantes e os "malditos" rebeldes já seriam vistos como opressores da liberdade.
Algo como o que faz a China...
Boas Festas
Abraços
Eugénio Almeida

OTONIEL AJALA DOURADOs disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...



"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado



No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.


O CRIME DE LESA HUMANIDADE

A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.


A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS

Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos


A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO

A Ação Civil Pública inicialmente foi distribuída para o MM. Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal na cidade de Juazeiro do Norte/CE, e lá chegando, foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.


AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5

A SOS DIREITOS HUMANOS inconformada com a decisão do magistrado da 16ª Vara de Juazeiro do Norte/CE, apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife, com os seguintes argumentos: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão, é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do Czar Romanov, que foi morta no ano de 1918 e encontrada nos anos de 1991 e 2007;


DA DENÚNCIA DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE A OEA

A SOS DIREITOS HUMANOS, a exemplo dos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, por violação dos direitos humanos perpetrado contra a comunidade do Sítio Caldeirão.


PROJETO CORRENTE DO BEM

A SOS DIREITOS HUMANOS pede que todo aquele que se solidarizar com esta luta que repasse esta notícia para o próximo internauta bem como, para seu representante na Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando dos mesmos um pronunciamento requerendo ao Governo Federal que informe a localização da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.


PAZ E SOLIDARIEDADE,


Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197 – 8719.8794
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br
sosdireitoshumanos@ig.com.br

Anónimo disse...

É Orlando, tanta história e sofrimento para acabar com o célebre Apartheid na África do Sul e no fim de contas, são os nossos ditadores tecnocratas sem coração, que condenam Países inteiros à miséria, á espera que a maioria morra da fome e dos conflitos. 1º para reduzir a população e claro, há que começar nos pretos que têm o azar de possuir um País com petróleo minério ou coltan! depois e para manter a economia activa e que lhes renda bastante, vendem o armamento. Desta forma matam dois coelhos com uma cajadada só! os CRETINOS, IMPOSTORES!
E o povinho come o que eles lhes dão através dos Media, fazendo vista grossa ao resto das desgraças, ou seja, o grosso, porque é muito desconfortável os que todo o conforto têm, pensar que é á custa do sacrifício desses que têm as altas tecnologias (coltan), bons automóveis e casas aquecidas (petróleo e gás) e jóias (minério) e perfumes, produtos de beleza e outros acessórios à custa do maior sofrimento dos animais. De forma que vivemos na época da hipocrisia.
Depois e para sacudir a água do capote, fazem uns donativos para a solidariedade social e julgam que vão para o céu!
Quanto aos israelitas, fazem exactamente o que os nazis lhes fizeram a eles (da mesma estirpe) e aos palestinianos, claro, têm todo o apoio (hipócrita) dos ocidentais!
Quanto à jurisdiçaõ internacional, a Nova Ordem tem 700 prisões a estrear nos EUA, para alguma coisa será!
Luther King deve estar às voltas no túmulo e tinha bem razão quando disse, "o mal maior não são os homens maus, mas o silêncio dos bons"...
Olhe no que deu o silêncio.

Anónimo disse...

Brilhante!!! Grande, enorme post!
Eu sempre tenho dito que os países mais ricos em recursos serão sempre os menos desenvolvidos. Como convém ao mundo "civilizado".