sexta-feira, janeiro 29, 2010

Deveriam ter convidado Cavaco Silva,
Luís Amado e João Gomes Cravinho...

«Por iniciativa dos eurodeputados Ana Gomes e Richard Howitt, que estiveram em Cabinda como membros da Missão de Observação Eleitoral do Parlamento Europeu nas eleições angolanas de Setembro de 2008, teve lugar no passado dia 26 de Janeiro, no PE, uma Mesa-Redonda sobre 'Direitos Humanos em Cabinda', sendo convidado especial o Padre Jorge Casimiro Congo, que teve um papel-chave na decisão dos cabindas de participar nas eleições angolanas de 2008.

Igualmente interveio o Dr. Reed Brody, em representação da ONG "Human Rights Watch", que tem publicado relatórios sobre violações dos direitos humanos em Cabinda.

O Padre Congo contou a origem histórica dos problemas de Cabinda e explicou como se agravavam, à medida que os cabindas iam vendo frustrados todos os seus esforços para, através de diálogo político com as autoridades angolanas, ver reconhecida a identidade própria e um estatuto de autonomia para Cabinda, porventura semelhante ao dos Açores ou da Madeira.

Igualmente relatou o clima de intimidação e de perseguição contra os defensores de direitos humanos em Cabinda e a vaga de prisões arbitrárias de que estão a ser alvo vários activistas cabindenses nas últimas semanas, na sequência do ataque reinvindicado pelo movimento independentista FLEC contra a equipa de futebol do Togo, no início do mês.

O Padre Congo, que sublinhou estar a voltar dentro de dias a Cabinda apesar dos rumores de que também seria detido, indicou que os presos não foram especificamente incriminados por qualquer ligação àquele ataque, apenas lhes estavam a ser imputadas acusações genéricas de "atentados contra a segurança do Estado".

Acusações que, para Ana Gomes, "lembram as do regime salazarista contra activistas portugueses e angolanos. Em vez de procurar trazer à justiça os autores do crime contra a selecção togolesa, Luanda parece estar a usar o ataque como desculpa para prender arbitrariamente padres, jornalistas e intelectuais de Cabinda.

Esta tentativa de silenciar as vozes pacifistas da sociedade civil de Cabinda só pode levar a um agravamento da tensão política já existente - e isso não serve, claramente, o interesse de Angola".


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