terça-feira, junho 22, 2010

Não adianta dizer aos portugueses que para
serem bons camelos só lhes falta as... penas

O bispo do Porto (Portugal), D. Manuel Clemente, considerou hoje (o que certamente é mais uma medalha para o primeiro-ministro, José Sócrates) que só as redes sociais e de vizinhança têm impedido que a situação social portuguesa “expluda” e pediu soluções “em termos de futuro”.

“Todo este mundo sócio caritativo”, constituído por redes sociais e de vizinhança, “vai respondendo e isso vai adiando o problema ou impedindo que ele expluda”, disse D. Manuel Clemente.

É claro que as razões do bispo D. Manuel Clemente desconhecem, o que é grave, que em Portugal só uma pessoa tem razão. E essa sabe muito bem o que faz, sobretudo em prol dos portugueses de primeira (os que são deste PS).

E para haver, em diferentes escalas, tantos “mexiânicos” socialistas, é preciso que a sociedade portuguesa tenha 700 mil desempregados, 20% de cidadãos quase a saber viver sem comer e outros 20% a estagiar para essa realidade.

“Mas temos de pensar não apenas em termos imediatos. Portanto, tenhamos cuidado, abramos os olhos e sejamos mais solidários, porque é da nossa própria sobrevivência que se trata”, sublinhou o prelado, que falava aos jornalistas na Faculdade de Economia do Porto, à margem da apresentação do livro “O que sabemos sobre a pobreza em Portugal?”.

Quando o bispo diz que “é da nossa própria sobrevivência que se trata” não está, creio, a ser muito rigoroso. Isto porque grande parte da superior casta socialista não equaciona a sobrevivência, tal é o elevado patamar material em que se encontra.

Nas suas declarações, o bispo do Porto pediu também que as respostas sociais imediatas se concentrem nos desempregados de meia idade sem formação para um mercado de trabalho que exige crescente especialização.

Mas, afinal, o que esperaria a Igreja Católica portuguesa de um país que, desde há muito mas com assinalável relevância e partir da chegada ao poder de José Sócrates, valoriza a subserviência em detrimento da competência, a embalagem em vez do produto, o acessório em vez do essencial?

Considerando que “ainda se vão encontrando” ofertas de emprego especializado, absorvidas pelos mais novos e mais qualificados, D. Manuel Clemente disse que o “mais complicado” é o regresso ao trabalho de pessoas que “estão a meio da vida e já não tem a disponibilidade para aprender que tinham na juventude”, na altura sem resposta.

A realidade não é bem esta. Há muita gente a “meio da vida” que mete num bolso (neste caso não é nenhuma alusão ao deputado socialista Ricardo Rodrigues), seja pela experiência profissional ou pelo conhecimento acumulado, muitos dos supostos donos da verdade do país.

O problema está em que, na sua grande maioria, esses portugueses têm um grave defeito de fabrico. Nascerem com coluna vertebral, coisa que hoje é impedimento imediato para arranjar trabalho.

Creio que o bispo do Porto deveria pedir aos portugueses um favor patriótico, dizendo-lhes que se quiserem deixar de ser portugueses de segunda devem tornar-se amigos de quem está no governo. Só assim serão bestiais, só assim serão ouvidos. Como bem pratica o Governo, para quê ouvir os que são contra, os que têm opiniões diferentes? Sim para quê? Esse é um luxo só utilizado nos Estados de Direito dos quais, cada vez mais, Portugal se afasta, se é que alguma vez esteve lá.

Ao contrário do que parece pensar D. Manuel Clemente, José Sócrates sabe que a sua equipa é dona da verdade e por isso não vê necessidade democrática de auscultar seja quem for. E faz muito bem. Só assim Portugal conseguirá aproximar-se cada vez mais dos mais evoluídos países do norte de... África.

José Sócrates sabe, como sabe a maioria dos políticos lusos, que em Portugal existe – citando Guerra Junqueiro – “um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País”.

E é por tudo isto que, como bem sabe o bispo do Porto, são cada vez mais os portugueses que não conseguem, ou não querem, comer gato por lebre e dizem que na política há cada vez mais criminosos a viver à custa dos imbecis dos portugueses.

Talvez porque deles será o Reino dos Céus...

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