segunda-feira, junho 21, 2010

Revolta das pessoas do Norte de Portugal?
- Só é pena que não seja mesmo verdade!

O presidente da Junta Metropolitana do Porto e também da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, alertou hoje o Governo para o facto das pessoas da região Norte estarem “à beira de se poderem revoltar”, apelando ao chumbo dos chips para “acalmar” a situação das SCUT.

Será? Não é, infelizmente. E é pena. Os portugueses continuam a ser um povo de brandos costumes, fatalista e que dá vida ao provérbio: quanto mais me bates mais gosto de ti.

José Sócrates, o dono do reino, sabe, como sabe a maioria dos políticos lusos, que os portugueses são – citando Guerra Junqueiro – “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião entre a Junta Metropolitana do Porto (JMP), as Comissões de Utentes contra as portagens nas SCUT, a ANTRAM, a Associação Empresarial de Viana do Castelo e o presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, Rui Rio afirmou que a questão das SCUT foi “a gota de água” no “tratamento discriminatório” de que a Região Norte tem sido alvo.


Provavelmente é a gota de água que pode fazer transbordar o copo. Mas a verdade é que o copo encheu com os 700 mil desempregados, com os 20% de cidadãos que já sabem o que é viver sem comer, e os outros 20% que já estão a treinar para isso.

“Este tratamento discriminatório é, em minha opinião e pela leitura política que eu faço, muito perigoso para o Governo. Estamos à beira das pessoas se poderem revoltar a sério e com razão”, alertou o presidente da Câmara do Porto.

“Está nas mãos da Assembleia da República, não só dos deputados da maioria como dos deputados da oposição, a possibilidade de acalmar e nós não corrermos riscos maiores do que aqueles que estamos a correr”, afirmou o presidente da JMP, apelando à revogação dos chips na próxima quinta-feira.

Se os portugueses, neste caso do Norte, estão a contar com os deputados... o melhor é esperarem sentados pelos chips que um dia destes ainda vão decidir implantar na cabeça dos carneiros a que chamam, com toda a lata, cidadãos.

Rui Rio considera que “a Junta Metropolitana tem a obrigação e o dever político de apoiar as manifestações feitas pelos movimentos” contra a introdução de portagens nas SCUT.

“Eu tenho esperança que na quinta-feira tudo isto possa acalmar com a revogação dos chips e depois haja um clima de diálogo que possa conduzir tudo isto a bom porto”, disse o autarca.

O presidente da câmara garantiu que “se tivesse no Governo tinha muito cuidado a tratar todos por igual”, considerando que “estão a lidar muito mal com os sentimentos das pessoas do Norte”.

O problema está em que José Sócrates sabe, como sabe a maioria dos políticos lusos, que os portugueses são – continuando a citar Guerra Junqueiro – “um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta”.

1 comentário:

Anónimo disse...

“um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”.
TUDO ISTO É PURA VERDADE, CASO NÃO O FOSSE, PREPARAVA-ME JÁ NEM QUE FOSSE DE MARRETE, PORQUE SÓ Á MARRETADA É QUE LÁ VAI.