quinta-feira, julho 01, 2010

FRETILIN quer experiência da FRELIMO
mas o melhor seria pedir ajuda ao MPLA!

A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), partido na oposição em Timor-Leste, está interessada na experiência da FRELIMO, no poder em Moçambique, para garantir a vitória nas eleições presidenciais marcadas para 2012.

Faz muito bem. A aprender é com os que ganham... sempre. Poderia, aliás, pedir igual ensinamento ao MPLA que, tal como a FRELIMO, está no poder em Angola desde a independência.

Além disso, ao contrário de Moçambique, em termos de presidente, Angola tem o mesmo há 31 anos. Por isso, se calhar, o MPLA seria melhor mestre.

O desejo foi manifestado hoje, em Maputo, pelo presidente da FRETILIN, Francisco "Lu Olo" Guterres, no fim de uma audiência concedida pelo homólogo da FRELIMO, Armando Guebuza, para uma troca de experiências nos domínios político e partidário e consolidação das relações de amizade.

Creio que as ligaçõs da FRETLIN são mais fortes em relação a Moçambique do que a Angola mas, mesmo assim, José Eduardo dos Santos seria pela experiência acumulada (31 anos... por enquanto) melhor conselheiro.

Importante, a fazer fé no exemplo angolano (elogiado em todos os cantos e esquinas) é mudar o Estado. Veja-se o caso de Angola. Mas, afinal, quem é o Estado? O Estado é o regime, o regime é o MPLA, o MPLA é José Eduardo dos Santos e José Eduardo dos Santos é o dono de Angola. Tão simples quanto isso.

Depois disso é o habitual, como diz o dono de Angola: "o Estado vai continuar a criar condições para que a imprensa seja cada vez mais forte, plural e isenta, responsável e independente".

Ou, citando o mesmo mestre, é preciso dar "expressão à realidade multicultural do país e contribuindo para a unidade da Nação e incentivando o surgimento e desenvolvimento da iniciativa privada nacional nos diferentes domínios da comunicação social".

Importante também é arranjar uma nova Constituição que, como diz Eduardo dos Santos, seja “genuinamente nacional” e “instaure definitivamente um Estado democrático e de direito".

E nessa Constituição o presidente da República é o “cabeça de lista” do partido mais votado, mesmo que só consiga – por exemplo – 25% dos votos (nunca será o caso do MPLA que é bem capaz de passar os 100%).

Uma Constituição em que o presidente nomeia o Vice-Presidente, todos os juízes do Tribunal Constitucional, todos os juízes do Supremo Tribunal, todos os juízes do Tribunal de Contas, o Procurador-Geral da Republica, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, os Chefes do Estado Maior dos seus diversos ramos destas.

Melhor do que isto não conheço. Nem mesmo Jean-Bédel Bokassa, também conhecido como Imperador Bokassa I e Salah Edddine Ahmed Bokassa, Idi Amin Dada ou Mobutu Sese Seko fizerem melhor...

Sem comentários: