domingo, fevereiro 13, 2011

As excepções do senhor José Sócrates

Esclarecimento prévio... para memória presente e, já agora, futura: Publiquei o artigo que se segue no Notícias Lusófonas no dia 25 de Maio de (não há engano) 2005.

“O Governo português vai aumentar os impostos para equilibrar as contas públicas, anuncia o primeiro- ministro, alegando que o défice de 6,83 por cento está muito acima do que inicialmente se esperava.

Não sei se, de facto, esse é o valor correcto, tal como não sei se a comissão independente presidida pelo socialista Vítor Constâncio diz o que sabe, embora saiba o que diz. O que sei é que o Governo de José Sócrates, que prometera não aumentar os impostos, mentiu. E, em bom português, quem mente uma vez...

O anúncio da decisão do Governo, que será transmitida hoje pelo primeiro-ministro na Assembleia da República, foi feito ontem por José Sócrates aos membros de Comissão Política Nacional do PS.

"Vamos cumprir o nosso programa eleitoral com uma excepção: o aumento dos impostos", declarou José Sócrates. Nem mais. Ao fim de poucos meses, o Governo promete cumprir... mas já abriu a primeira excepção. Outras se seguirão. É só uma questão de tempo e calendário eleitoral.

"Nunca ninguém pensou que o valor do défice fosse quase de sete por cento", salientou o primeiro-ministro, para justificar o aumento de impostos, argumentando que o programa que apresentou estava adequado a uma situação orçamental menos grave.

Ao dizer que “nunca ninguém pensou”, José Sócrates está a reconhecer que é a pessoa errada no lugar errado. Qualquer primeiro-ministro digno desse nome deveria ter equacionado todos os cenários. E, neste caso, até bastaria apenas ouvir o governador do Banco de Portugal, por sinal um membro do seu partido.

A desculpa de mau pagador do Governo é a de que um défice mais baixo do que o conhecido segunda-feira, no valor de 6,83 por cento, seria possível de combater apenas "com o corte de despesas e o combate à fraude e evasão fiscal".

É desculpa porque que este défice, se é que é mesmo de 6,83 por cento, pode ser combatido com o corte nas despesas e com o combate à fraude e evasão fiscal. Pode, mas não será. Não foi para isso que o PS foi para o Governo.

Sócrates, que pelos vistos só sabe que nada sabe, afirma também que o Governo não vai fazer "o discurso da tanga".

Não vai, nem precisa. De tanga já andamos (quase) todos.”

http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=10300&catogory=news

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