terça-feira, maio 10, 2011

Se Passos Coelho privatizar a RTP, para onde vai a catrefa de “boys” jornalistas do PSD?

Em declarações à Lusa e, em resposta as declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, que acusou hoje o PSD de querer “desmantelar” o serviço público televisivo, Miguel Relvas (secretário-geral do PSD) considerou ser “inaceitável que uma televisão pública custe aos portugueses um milhão de euros por dia”.

Só faltou acrescentar que, afinal, o PSD não tem a mínima responsabilidade nisso, não é?

“Parece-nos inadequado e inaceitável”, sublinhou o secretário-geral do PSD, “particularmente num momento de crise”, em que os portugueses já têm encargos com a casa, saúde, educação, entre outras despesas.

Para Miguel Relvas, “as críticas de Jorge Lacão são bem-vindas porque é a demonstração de que nestas eleições só existe um programa eleitoral, que é o do PSD”.

Jorge Lacão “foi ministro dois anos com a tutela da comunicação social e não fez nada, rigorosamente nada, para inverter a situação que se vive na Comunicação Social pública”, acusou ainda o deputado social-democrata, passando mais uma vez a esponja laranja sobre os tempos que permitiu o regabofe dos seus “boys” na RTP.

Segundo Jorge Lacão, a proposta do PSD de “privatizar a RTP1 e fazer entrar privados na RTPi e RTP África não tem paralelo em nenhum outro país no espaço europeu, mesmo nos que estão a receber ajuda externa”.

Esta brincadeira dos meninos do PS... D faz-me lembrar que o anterior ministro português da propaganda, que também acumulava com os Assuntos Parlamentares, rejeitou "em absoluto", a existência de qualquer interferência do Governo na RTP e considerou na altura, Julho de 2009, que o PSD revelava "desconhecimento" do que é o serviço público de rádio e televisão.

Augusto Santos Silva tina e tem, ou não fosse ministro de José Sócrates, toda a razão. Diria, toda e mais alguma. E se há matéria em que ele é o perito dos peritos, a interferência ou manipulação da comunicação social é uma delas.

O então ministro português da propaganda respondia no Parlamento ao deputado social-democrata Agostinho Branquinho, que acusou a RTP de estar a ser instrumentalizada pelo Governo e pelo PS e de prosseguir há três anos uma "estratégia de silenciamento" do PSD nos seus noticiários.

Logo na altura considerei uma infantilidade a acusação do PSD, isto porque o governo deste PS sabe como fazer as coisas, sabe como manipular “sem manipular”, como interferir “sem interferir”, seja na RTP (que pelos vistos tanto preocupa o PSD) ou em muitos outros meios.

Agostinho Branquinho baseou a acusação feita à RTP nos relatórios da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre o pluralismo político-partidário no serviço público de televisão nos anos de 2006, 2007 e 2008.

"Em 2008, uma vez mais, de acordo com o relatório, houve uma sub representação do PSD no serviço público de televisão", apontou Branquinho, dizendo que isso aconteceu também nos dois anos anteriores.

Na resposta, tal como agora Jorge Lacão, Santos Silva disse que as declarações de Agostinho Branquinho "só revelam da parte do PSD o desconhecimento absoluto do que é o serviço público de televisão e de rádio".

"Nem o Governo, nem o PS, nem qualquer outro partido tem qualquer interferência na informação do serviço público de rádio e televisão. Não sei se isso havia no tempo [dos governos] do PSD, mas com este Governo não há nenhuma interferência", declarou Santos Silva.

Perante tanta lata, o melhor é encerrar Portugal para balanço. Mas, antes, importa dizer que se este PS voltar a ganhar as eleições, o certo é que acabem todos aqueles que, sobretudo na Impresnsa (lato sensu) não obedecem. Se em seis anos fizeram o que fizerem...

Neste tema, apesar de tudo, creio que o PSD ainda tem de aprender muito com este PS. Em matéria da manipulação que faz em alguma comunicação social, os SS, Sócrates e Silva, chegaram tão cedo que a Oposição ainda não deu por isso.

O Governo do soba maior (sem ofensa para estes) José Sócrates chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, fazer de grande parte da “imprensa o tapete do poder”, transformar jornalistas em “criados de luxo do poder vigente", convencer os mais cépticos de que mais vale ser um propagandista de barriga cheia do que um ilustre Jornalista com ela vazia.

Mas não ficou por aí. O Governo do soba maior José Sócrates chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, convencer os jornalistas que devem pensar apenas com a cabeça... do chefe (socialista, obviamente), mostrar aos Jornalistas que ter um cartão do PS é mais do que meio caminho andado para ser chefe, director ou até administrador.

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