sábado, julho 16, 2011

Cavaco quer, agora, euro mais fraco

O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, defende agora (fê-lo hoje) a conveniência da desvalorização do euro frente ao dólar para que a União Europeia possa deixar de ter tanto lixo e, assim,  ganhar competitividade e sair com maior facilidade da actual crise económica.

O professor que nunca se engana e raramente tem dúvidas (ou será ao contrário?) diz, agora, que é favorável a que a moeda americana "se valorize um pouco mais" e considerou "irónico" que se coloque em questão o futuro da zona do euro quando esta "é a moeda mais forte do mundo".

Ora aí está. Certamente que um dia destes o Prémio Nobel da Economia vai direitinho para Cavaco Silva, sobretudo como reconhecimento ao que ele sabe mas não pratica.

Segundo Cavaco Silva, agora interventivo como nunca, a desvalorização do euro faria ressuscitar a indústria e o comércio europeu, já que o preço de seus produtos seria mais acessível para compradores de outros países do que são actualmente.

O presidente português,  e reserva moral do PSD, tem aproveitado as tentativas de colocaram o país numa lixeira ainda maior e mais putrefacta para recordar que, como primeiro-ministro dava um bom presidente e que, pois claro, como presidente dava um bom primeiro-ministro.

Depois dos últimos cortes da agência de notação do tio Sam Moody's à economia a à banca das ocidentais praias lusitanas, Cavaco Silva transformou-se no líder político que mais duramente (ao contrário de tempos recentes) critica essas agências.

"A falta de transparência das agências de notação norte-americanas são uma ameaça à estabilidade da economia europeia", advertiu Cavaco Silva, admitindo-se que os dirigentes da Moody's  começaram a tremer por todos os lados…

E entre os tremores foram lembrando a mudança de opinião registada por Cavaco Silva que há bem pouco tempo, durante o reinado de José Sócrates, se mostrou igualmente convicto de que não se deveria "recriminar" as decisões destas agências e a "atacar os mercado".

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades? Não. Muda-se o governo, muda-se a coerência. Tão simples quanto isso.

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