quinta-feira, julho 21, 2011

"i" o filme vai-se repetindo…

A Administração do jornal "i" está a impor aos jornalistas uma redução substancial de vencimentos e já dispensou um grupo de repórteres fotográficos.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) portugueses denuncia a situação e acusa a Administração do diário de estar a violar direitos consagrados na lei e no Contrato Colectivo de Trabalho.

Em comunicado divulgado hoje, o SJ repudia o facto de a Empresa pretender impor, já este mês, uma redução das retribuições através de cortes totais ou parciais em retribuições acessórias (isenção de horário de trabalho e flexibilidade), sem que a Administração tenha encetado qualquer negociação com os trabalhadores.

A Administração do "i" já dispensou cinco repórteres fotográficos e está a contactar vários jornalistas para aceitarem a “rescisão por mútuo acordo”, método que o SJ considera atentatório da dignidade desses trabalhadores.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

“1. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acompanha com preocupação a grave situação no jornal “i”, cuja Administração está a impor aos jornalistas uma redução substancial de vencimentos, já dispensou um grupo de repórteres fotográficos e abordou outros profissionais para rescindirem o contrato de trabalho, alegando necessidade de contenção de custos para a viabilização da Empresa.

2. A redução das retribuições, que a Empresa quer aplicar já no mês em curso, seria obtida com cortes totais ou parciais em retribuições acessórias, nomeadamente isenção de horário de trabalho e exclusividade, sem que tenha sido encetada qualquer negociação com os trabalhadores, situação que não pode ser aceite, por violar direitos consagrados na lei e no Contrato Colectivo de Trabalho.

3. Tendo dispensado cinco repórteres fotográficos, a Empresa mantém apenas dois profissionais nesta área, o que, para além de atingir gravemente a vida dos dispensados, afecta seriamente as condições dos profissionais que permanecem na publicação e a própria qualidade do seu conteúdo.

4. Por outro lado, a Empresa abordou alguns jornalistas para aceitarem a “rescisão por mútuo acordo”, método que o SJ considera atentatório da dignidade desses trabalhadores.

5. Recorde-se que, embora lamente e considere profundamente negativa a redução de efectivos, pelos custos sociais e pelo empobrecimento das redacções daí resultantes, o Sindicato reconhece que as empresas podem abrir processos de adesão voluntária a rescisões, em condições previamente estabelecidas, se tal for do interesse dos jornalistas, mas discorda em absoluto de abordagens selectivas para o seu despedimento.

6. Manifestando a sua solidariedade para com os jornalistas e outros trabalhadores atingidos, a Direcção do SJ exorta à unidade de todos os profissionais e reafirma o seu firme propósito de defender os direitos e interesses dos seus associados.”

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