quinta-feira, agosto 25, 2011

"Esta casa pertence ao povo"


Piscina, mármores, ouro e todo o género de comodidades. Era assim a casa de Aisha, a única filha de Muammar Kadhafi, e que agora, depois do assalto dos rebelde a Tripoli, começa a ser conhecida e destruída.

Os líbios têm razões de sobre para tanta indignação, tal como um dia terão os angolanos se tiverem (o que é pouco provável) oportunidade de entrar nos palácios, palacetes e similares que o clã Eduardo dos Santos tem por esse mundo fora.

É claro que gastar 13 milhões de euros numa cubata na Quinta do Lago, no Algarve (Portugal), é o mínimo que se pode esperar de um presidente que tem 70% do seu povo a passar fome.

Apesar de ter adquirido a mansão, ou melhor, uma humilde cubata, recheada de luxos, José Eduardo dos Santos decidiu fazer algumas alterações no interior.

Tal como acontece com as casas do povo angolano, esta mansão  comprada em Portugal (cada vez mais um protectorado de Angola) foi equipada com o que de mais caro existe no mercado e é considerada uma das mais luxuosas moradias do empreendimento algarvio.

Segundo o maior diário português, Correio da Manhã, só o candeeiro que foi instalado na entrada da casa custou nada mais nada menos do que 600 mil euros. Os móveis e equipamentos da cozinha aproximadamente 700 mil euros, e o sistema de televisão cerca de 70 mil euros.

Mas voltemos à família de Muammar Kadhafi, um velho e grande amigo de José Eduardo dos Santos. Situada no distrito de Fashloom, a propriedade da filha do líder líbio, foi baptizada por alguns dos opositores como "o palácio da prostituta", escreve o "TheTimes".

A mansão de três andares é rodeado por um exuberante jardim, decorado com várias fontes. Há uma piscina interior, onde ainda bóiam os brinquedos dos netos de Muammar Kadhafi, uma casa para convidados e uma cozinha de luxo.

"Não posso acreditar que alguém viva desta maneira. Talvez em Bervely Hills, mas na Líbia...", explicou um dos habitantes que invadiram a casa.

Um dia talvez se venha a ouvir algum angolano a dizer algo semelhante. É que, apesar de blindados pelo petróleo, os ditadores acabam sempre por tombar.

A casa foi decorada com candeeiros luxuosos e com mármore a cobrir o chão. Debaixo de umas grandes escadas em caracol, há um sofá dourado, em forma de sereia e com a cara de Aisha.

Ao entrar no quarto principal, "fica-se sem ar", explica o repórter do jornal inglês, que descreve uma enorme cama, no centro daquela divisão, e na qual os rebeldes não tiveram qualquer dúvida em saltar.

Dentro do quarto, há ainda duas casas de banho, uma para mulheres e outra para homens.

A residência foi completamente destruída e foram pintadas nos muros frases como "Esta casa pertence ao povo", ou "Líbia é livre".

Como noutros tempos dizia o MPLA, o povo angolano reedita a tese de que a luta continua e a vitória é certa. Só falta derrubar o ditador.

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