sexta-feira, agosto 12, 2011

Se o pior ainda está para vir,,,


A “troika” está satisfeita com a aplicação do programa de ajuda externa em Portugal. A caminho estão mais 3,7 milhões de euros.

Mas, é claro, Portugal precisa de fazer mais. Afinal, ainda há muitos, demasiados segundo a “troika”, portugueses que ainda não aprenderam a viver sem comer.

Com o beneplácito dos donos do reino (PSD, CDS e PS), ainda é preciso aumentar o número de desempregados (800 mil não é um número digno), a percentagem de miseráveis (20 por cento é coisa pouca) e também dos que já têm saudades de uma refeição.

“Os desafios mais difíceis ainda estão por vir”, afirmou hoje Poul Thomsen, em conferência de imprensa conjunta do FMI com os representantes da missão da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.

Entretanto, antes do encontro com os jornalistas, a “troika” já reservara o almoço, cuja ementa deverá andar à volta de trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005.

 “Ou saímos daqui ficando mais pobres ou saindo mais produtivos”, disse Thomsen. Cá para mim, não há dúvidas de que mais pobres os portugueses vão mesmo ficar. Não todos, mas sempre os mesmos.

Mais produtivos? Também. Basta ver as imagens produtivas do primeiro-ministro em férias, ou ver a sua capacidade para nomear super-portugueses para os cargos em que vão trabalhar no sentido de, tão rapidamente quanto possível, transformar Portugal no mais evoluído país do norte de… África.

E, para concretizar esse desiderato, Portugal apresenta os seus trunfos:

A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6 por cento, um valor superior à média dos países da OCDE (12,7 por cento) e a oitava maior do grupo.

Uma em cada quatro crianças (23 por cento) está inserida em famílias com rendimentos abaixo do limiar de pobreza; 27 por cento vivem uma situação de privação. Em 11,2 por cento dos casos (uma em cada dez crianças) a privação é acumulada com a ausência de rendimentos do seu agregado familiar, abaixo do limiar de pobreza.

Tem mais de 800 mil desempregados, 20% dos cidadãos a viver na miséria e outros tantos que começam a ter saudades de uma... refeição.

Tem hoje a pior dívida pública dos últimos 160 anos (mesmo não incluindo PPPs e empresas públicas), a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (duplicou em 6 anos), a maior dívida externa dos últimos 120 anos, a dívida externa bruta em 1995 era de 40% do PIB e o ano passado era de 230% do PIB.

A dívida externa líquida era em 1995 de 10% do PIB, em 2010 chegou aos 110% do PIB, a dívida pública em 2005 era de 82.000.000.000€ e cinco anos depois chegava aos 170.000.000.000€.

Nos últimos dez anos, Portugal foi o terceiro país do mundo com o pior crescimento económico (atrás do Haiti e Itália). Actualmente está no quarto lugar do TOP dos países do mundo em risco de bancarrota. Em 2011 só Portugal, Grécia e Costa do Marfim estarão em recessão no mundo. Em 2012 só Portugal estará em recessão no mundo.

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