quinta-feira, novembro 10, 2011

Os diferentes conceitos de escravidão

Os três suspeitos de escravizarem cinco pessoas, detidos ontem  pela Polícia Judiciária, saíram em liberdade depois de ouvidos no Tribunal de Alfândega da Fé (Portugal).

Se um Governo que está a escravizar quase toda a população de um país (800 mil desempregados, 20% de pobres e outros 20% que já têm saudades de uma refeição) anda todo em liberdade, gozando à grande com a chipala dos portugueses, porque carga de chuva esses três suspeitos também não podem ficar em liberdade?

Os suspeitos, pai, mãe e filha, são naturais desse concelho transmontano e vão ficar a aguardar julgamento em liberdade, indiciados pela prática do crime de tráfico de pessoas para fins de exploração laboral, sequestro e escravidão.

A matéria de facto apresentada pelas autoridades, nomeadamente a exploração laboral e a escravidão, é exactamente a mesma que os donos do reino lusitano estão a praticar, sem que sobre eles impenda qualquer indício de prática de crime.

O tribunal proibiu-os, não aos do Governo mas aos da plebe,  de se ausentarem do país e de contactarem com as vítimas que terão recrutado em Bragança, Amarante e Lisboa para trabalharem em Espanha.

Ao contrário, os donos do reino têm toda a liberdade de movimentos, presidem ao Conselho de Segurança da ONU, viajam por onde lhes apetece sem que algum mandado de captura os encoste à parede.

Acresce que esses meliantes levavam os escravos para Espanha. Pois é. Não é exactamente isso que sugere o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, quando diz que os jovens do seu país devem abandonar a zona de conforto e emigrar?

Sendo o povo português demasiado agarrado às zonas de conforto, quando aparece alguém a forçá-los a ir para o estrangeiro, pumba! É punido.

De acordo com informação divulgada pela PJ, pelo menos cinco pessoas, incluindo uma menor de 14 anos, foram sujeitas a trabalho escravo desde 2008, em Espanha.

A PJ resgatou quatro vítimas, incluindo a menor, e uma quinta vítima já tinha conseguido libertar-se pelos seus próprios meios, em Março, e denunciado os suspeitos, o que desencadeou a investigação.

"Durante a acção agora levada a efeito, foi possível localizar e resgatar da situação de cativeiro em que se encontravam, duas mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 35 e os 41 anos, bem como uma menor, filha de uma daquelas mulheres, de apenas 14 anos de idade", detalha a PJ, num comunicado.

Segundo a polícia, as vítimas foram todas elas aliciadas nas suas áreas de conforto, ou residência (Bragança, Amarante e Lisboa), sob promessa da constituição de relações de trabalho, que não chegaram a concretizar-se.

Contrariando as expectativas geradas, acabaram submetidas a um regime "de verdadeira exploração esclavagista", nomeadamente na actividade agrícola desenvolvida nas regiões de Zamora e de La Rioja, Espanha.

Na verdade, reconheço, para viverem num regime "de verdadeira exploração esclavagista", bem podiam continuar na sua zona de conforto, ou seja, o reino lusitano que ainda flutua entre Espanha e Marrocos.

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