terça-feira, novembro 22, 2011

Riam, riam. Riam enquanto têm tempo!

Os islandeses, que nada têm a ver com os portugueses, entenderam em tempos abrir um processo judicial contra o seu ex-primeiro-ministro, Geeir Haarde, acusado-o de negligência grave durante o seu mandato governativo.

Foi em Setembro de 2010 que o parlamento islandês decidiu processar por "negligência" o antigo chefe do Governo, que liderava o país na altura em que o sistema financeiro entrou em colapso, em Outubro de 2008.

Com 800 mil desempregados, com 20% dos cidadãos a viver na miséria e outros tantos que começam a ter saudades de uma... refeição, Portugal poderia adoptar igual procedimento em relação a vários dos seus políticos, nomeadamente aos dois exímios executantes do tango, José Sócrates & Passos Coelho.

Desde logo porque, apesar dos resultados, se o ex-primeiro-ministro continua a ter na lapela o frase de que “está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu", Passos Coelho já o detentor, com todo o mérito – reconheça-se, da frase “está para nascer um primeiro-ministro que minta mais do que eu”.

Em caso de empate, Passos Coelho pode ainda tirar da cartola uma outra das suas grandes vitórias, ou seja aquela que diz: “Está para nascer um primeiro-ministro (eleito) que tanto tenha feito para transformar Portugal num estado esclavagista”.

Pedro Passos Coelho é, aliás, digno merecedor do Nobel da hipocrisia. Entre o seu argumentário, escrito aliás pela sua própria mão entre Março de 2010 e Junho de 2011, figuram pérolas dignas de que merece ser enforcado ou, no mínimo, ser julgado por crimes contra os seus cidadãos.

Referindo-se o ao governo de José Sócrates, Passos Coelho disse que “estas medidas põem o país a pão e água”, acrescentando que “não se põe um país a pão e água por precaução”.  E o que fez o actual primeiro-ministro? Substituiu o pão e a água por farelo e, mesmo assim, avisando que não permite contestações violentas.

 “Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa”, disse Passos Coelho. Chegado ao Governo, penhorou o futuro dos vivos e dos que ainda poderão nascer com mais e mais impostos.

Passos Coelho afirmou que “aceitaria reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias”. Chegou ao poder, pegou no chicote e mandou as famílias às malvas, obrigando-as a comer (quando há comida) e a calar.

“Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos”, disse o actual primeiro-ministro, apontando para o seu antecessor. Saiu-lhe o tiro pela culatra, já que ele próprio deveria ser civil e criminalmente responsabilizado pelos crimes que está a cometer.

“Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos. Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado”, afirmou Passos Coelho que, agora, não só faz o que antes considerava crime, como ainda lhe acrescenta mais umas doses de  outros crimes de lesa cidadãos.

“Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa. Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas. Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português. A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento”, disse também o novo ditador português, eventualmente à espera que um qualquer Robert Mugabe o considere “líder carismático”.

“Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate”, disse também Passos Coelho, interrogando-se: “Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?”

Pois é. E se até agora ainda “está para nascer um primeiro-ministro que minta mais do que ele”, bem que os portugueses poderiam fazer um favor à humanidade, acabando com este político que mais não é do que uma versão europeia de Bokassa, Idi Amin ou Mobutu.

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