sexta-feira, dezembro 16, 2011

Dívidas pagam-se, promessas não!

"Tal como as dívidas são para se pagar, os acordos são para se cumprir" afirmou hoje o primeiro-ministro do reino lusitano, o mesmo que andou a prometer bacalhau a pataco para conseguir que os portugueses lhe passassem um cheque em branco.

Pedro Passos Coelho afirmou hoje que, "tal como as dívidas são para se pagar, os acordos são para se cumprir", defendendo a inscrição no "direito primário" português da "regra de ouro" sobre o défice acordada no Conselho Europeu.

"Não podemos continuar de cimeira em cimeira anunciando compromissos que acabam por não ser cumpridos. Os acordos são para ser cumpridos e respeitados", afirmou Pedro Passos Coelho,  já esquecido que ostenta no peito a medalha que diz: ainda está para nascer um primeiro-ministro que tenha mentido tanto quanto eu.

Pedro Passos Coelho também afirmou, na altura referindo-se ao governo de José Sócrates, que “estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução”, acrescentando que estava “disponível para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa”.

O mesmo Pedro Passos Coelho também afirmou que “aceitava  reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias” e que “nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas”.

Também foi o mesmo Passos Coelho quem disse que “aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos”, acrescentando que “ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos”.

E foi o mesmo que hoje diz que "tal como as dívidas são para se pagar, os acordos são para se cumprir", que garantiu que “para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa”, afirmando que “posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português”.

Pedro Passos Coelho disse igualmente que “a pior coisa é ter um Governo fraco”, pois “um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos”.

Por tudo isto, faço minhas as palavras de Passos Coelho quando perguntava: “Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?”

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