domingo, janeiro 22, 2012

As teses de um potencial primeiro-ministro

A JSD, organização que foi liderada por Pedro Miguel Passos Relvas Coelho, discorda da intenção do Ministério da Educação de acabar com a disciplina de formação cívica no ensino básico e defendeu uma reformulação do actual modelo.

Pelo que se tem visto desta organização de juventude do PSD, agora liderada por Duarte Marques, até julgava que a formação cívica já tinha acabado há muitos anos.

“O Governo, na proposta de revisão curricular, pretende terminar com esta a formação cívica. Nós, o apelo que fazemos, é que não o faça, não mate a disciplina à partida, mas sim que lhe dê uma nova oportunidade e reformule a fórmula como a disciplina é integrada nos currículos”, disse à agência Lusa o líder da JSD, Duarte Marques.

O mesmo Duarte Marques que  defendia que “é tempo de responsabilizar criminalmente quem levou o país a esta situação”, entendendo que “José Sócrates e os restantes membros do seu Governo devem ser julgados”.

Se calhar hoje já não diria a mesma coisa. É que, perante a estratégia esclavagista do governo, se calhar no mesmo banco dos réus teria de se sentar também Pedro Miguel Passos Relvas Coelho.

Segundo o também (pois claro!) deputado do PSD, a forma como a formação cívica tem sido ensinada e integrada nos currículos, nos últimos tempos, “é completamente díspar”, existindo casos em que as horas da disciplina “não são usadas para isso”.

Reconhecendo a importância da disciplina e dos conteúdos que devem ser ensinados aos alunos do ensino básico no âmbito da formação cívica, Duarte Marques disse que os actuais moldes em que tem funcionado “não são os mais adequados para alcançar o objectivo com que foi criada”.

“É uma oportunidade de agarrar naquele espaço horário e criar uma verdadeira disciplina de formação cívica”, sustentou o deputado social-democrata. A ser criada uma verdadeira formação cívica, será que seria obrigatório os súbditos de Pedro Miguel Passos Relvas Coelho, e ele próprio, regressarem aos bancos da escola?

Quanto à responsabilização criminal, digam lá que não seria digno de ver – por exemplo - o julgamento de José Sócrates, tendo a seu lado como principais testemunhas abonatórias Cavaco Silva e o  “africanista de Massamá”?

As declarações de Duarte Marques, potencial primeiro-ministro (se acaso ainda existir o país),  foram deixadas na sua página no Facebook já depois de Pedro Miguel Passos Relvas Coelho ter anunciado o regresso da escravatura a Portugal.

Dizia o jovem deputado, estribado na cátedra política desse alfobre de peritos dos peritos que são as estruturas das juventudes partidária, que “doa a quem doer, a má gestão não pode passar impune”, sublinhando que “neste momento milhares de portugueses vão perder qualidade de vida graças ao desvario que ocorreu em Portugal nos últimos seis anos”.

Dito assim, quase se pode pensar que estaria a referir-se ao político que foi primeiro-ministro  de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, que foi eleito presidente da República em 22 de Janeiro de 2006 e reeleito a 23 de Janeiro de 2011.

Mas não. Não era desse que Duarte Marques falava. Até porque esse nunca tem dúvidas e raramente se engana.

Em declarações à TSF, o líder da JSD apelou ainda ao procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, que “accione os meios que tem à sua disposição para investigar e levar a julgamento os verdadeiros responsáveis pela situação a que chegou este país”. E acrescentou: “Foi já avaliado pelo próprio Tribunal de Contas que as decisões tomadas nos últimos anos, em especial pelo Governo do engenheiro Sócrates, que escondeu as contas aos portugueses e criou contratos que põem em causa o futuro das novas gerações”.

Agora é só esperar que Pinto Monteiro “accione os meios que tem à sua disposição” e que leve a julgamento todos os responsáveis. Sei que a lista será longa, mas é preciso começar por algum lado.

Além disso, porque são todos coniventes (bem dizem os portugueses que ladrão tanto é o que fica à porta como o que entra em casa) e testemunhas uns dos outros, até não seria mau ver esse “reality show” (bacanal, em português).

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