sábado, junho 30, 2012

Menezes de Metro na guerra a Rio





Luís Filipe Menezes, ex-líder do PSD, presidente da Câmara de Gaia, conselheiro de Estado, ex-defensor de um Ministério da Lusofonia e putativo candidato à Câmara do Porto, avança de Metro à conquista da praça forte do seu inimigo Rui Rio.

Hoje, Luís Filipe Menezes lamentou que se esteja a perder tempo a discutir "jobs for the boys" (não sei se sulistas e elitistas), numa alusão ao processo de escolha da Administração da Metro do Porto.

"Temos problemas sociais gravíssimos, temos que tratar do emprego, das creches, dos problemas que afligem os cidadãos e agora estamos a discutir nomes para a Junta Metropolitana e a arranjar 'jobs for the boys'", diz Menezes, quase parecendo um outro Menezes, por sinal deputado e vice-presidente parlamentar do PSD e seu filho, quando acusou o PS de fazer "chafurdice política".

Frisando sempre que está "completamente a leste" e "fora" do assunto, Menezes (o pai) assinalou que "não há um único amigo próximo do presidente da Câmara de Gaia" que "no último ano tenha sido nomeado para qualquer cargo público relevante na área metropolitana do Porto".

É verdade. E se calhar é mesmo aí que está o busílis da questão.

"Nenhum, e nem todos os agentes políticos da região podem dizer o mesmo. Porquê? Porque sou contra os 'jobs for the boys'", destacou o social-democrata que garantiu que "nunca abriria uma guerra para colocar um amigo onde quer que fosse".

Mais uma vez tem todo a razão. Aliás, todos sabem que a inclusão do seu filho não só como deputado e depois vive-presidente do grupo parlamentar se ficou a dever ao facto de, apesar de jovem, ser um experiente e catedrático político.

Ontem, a Junta Metropolitana do Porto (JMP) aprovou João Velez de Carvalho (ex-administrador da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto - STCP) para presidente da Administração da Metro do Porto, tendo Rui Rio indicado o nome de António José Lopes para vogal executivo da empresa.

Gaia foi o único município da Área Metropolitana do Porto a votar contra a proposta de lista para os novos órgãos sociais da Metro do Porto, então apresentada na JMP, por ter sido excluída na constituição dos órgãos sociais. Isto, recorde-se, apesar de "no último ano tenha sido nomeado para qualquer cargo público relevante na área metropolitana do Porto".

A assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para a tarde de ontem com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, e aprovar os nomes apresentados de manhã, foi suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado.

Para o autarca de Gaia, os cinco municípios que servem o metro deveriam estar representados na Metro do Porto e "logo em primeiro lugar o Porto, cidade central da região".

"Diria, a seguir, a segunda maior cidade, Gaia, e depois punha para os outros cargos todos, em posição de igualdade, Maia, Gondomar, Matosinhos", referiu, considerando que "não é preciso ser uma luminária", para chegar a essa conclusão. Claro que não.

Menezes acrescentou porém que "devia ser assim, mas se não for assim, e já há muitos anos que não é, também não vai morrer ninguém. É essa a nossa posição. Não nos metemos nessa guerra. É um problema entre a JMP e o governo".

Adiantando que "nos próximos anos não vai haver grande investimento no metro do Porto", considerou que "aquilo que se exige é uma Administração que seja muito criteriosa na gestão da exploração" e que "tem de ser gente competente, capaz, com currículo".

Ressalta ainda o facto de  que basta pôr um microfone à frente de Luís Filipe Menezes para se saber o que pensa e porque pensa assim… Rui Rio.

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