terça-feira, agosto 07, 2012

MPLA rouba petróleo e em troca oferece roupa ao Povo da sua colónia de Cabinda




O MPLA vai continuar a trabalhar para resolver os problemas do povo, assegurou (pois claro!), num comício na comuna de Malembo, Aldina da Lomba, cabeça de lista daquele partido pelo círculo eleitoral da colónia angolana de Cabinda.

Nestas alturas de campanha, mesmo que seja numa colónia, o regime promete tudo e até diz, como fez candidata, que o MPLA é o “partido do povo”.  E é mesmo. Sendo que o Povo, mesmo em Angola, é constituído apenas pelos que são do MPLA.

Embora o MPLA esteja no poder desde 1975, Aldina da Lomba diz agora, certamente porque o tempo de governo ainda não foi suficiente, que “as redes de saúde e de ensino vão continuar a alargar” e resolvidos os problemas que a população ainda tem, que sempre teve, como foram os do abastecimento de energia e de água.

A candidata do regime colonial, que realçou as principais linhas do manifesto eleitoral e do programa de governo do MPLA para o período 2012-2017, cujo objectivo reprometido é melhorar a qualidade de vida dos angolanos, apelou ao voto em massa no MPLA e no seu cabeça de lista a nível nacional, José Eduardo dos Santos, um presidente não eleito e há 33 anos no poder.

Aldina da Lomba considera que, como na Angola real, para haver desenvolvimento na colónia de Cabinda é preciso continuar tudo na mesma, ou seja ser o MPLA a comandar o regime esclavagista em Angola e colonial em Cabinda.

Apesar de ser em Cabinda que o regime angolano (que não os angolanos) rouba o petróleo que em grande parte permite que os donos de Angola sejam cada vez mais ricos, o melhor que a candidata do MPLA conseguiu oferecer foi roupa, instrumentos de trabalho e utensílios domésticos.

Tal e qual como nos tempos da militância marxista-leninista do pós-independência, o regime angolano continua a reeducar o povo tendo em vista e militância política e patriótica. E tanto a militância política como a patriótica são sinónimos de MPLA.

Nem no regime de Salazar se fazia um tão canino culto do regime e do presidente como o faz o MPLA, só faltando (e já esteve mais longe) dizer que só existem Deus no Céu e José Eduardo dos Santos na terra.

Não nos esqueçamos, por exemplo, que o regime tem comandantes militares cuja exclusiva função é a Educação Patriótica.

Tantos anos depois da independência, dez depois da paz, a estrutura militar continua a trabalhar à imagem e semelhança dos Khmer Vermelhos de Pol Pot.

Também Mawete João Baptista, um governador colonial, tentou mostrar ao mundo que os colonialistas iam apostar no progresso de Cabinda.

Falando recentemente em Cabinda, afirmou que o programa do governo que visa a abertura de picadas em toda a extensão da colónia (ele, como Salazar fazia em relação a Angola, chama-lhe província), com destaque para os municípios do interior, demonstra a vontade do executivo em responder os apelos das populações visando o seu bem estar social e a sua inclusão social e segurança na sua mobilidade.

Mawete João Baptista apontou que era objectivo do Governo colonial criar cada vez mais as condições necessárias para as populações, sobretudo as que vivem em áreas de difícil acesso, para que se sintam também incluídos nos programas ajuizados pelo governo, nomeadamente, na saúde, na educação e no ensino, na água potável, na energia e em especial terem uma segurança total para o exercício das suas actividades no campo.

“Nós estamos gratos por esse esforço que corresponde com a alegria das populações nessas áreas”, disse Mawete João Baptista, para mais adiante sublinhar que a abertura das picadas inoperantes há mais de 30 anos, no caso de Alto Sundi - Sanda Massala (Belize), Quissamano - Necuto (Buco-Zau) e o melhoramento (asfaltagem) da estrada que liga a Comuna de Dinge (Cacongo) e a de Necuto (Buco-Zau), permitem hoje garantir o exercício cabal da administração do estado.

Mawete João Baptista indicou ainda que o governo colonial ia  continuar a abertura de outras picadas ao longo de toda a fronteira com os dois países vizinhos os Congos Brazaville e RDC por formas a permitir um melhor controlo das populações e da segurança.

 “As nossas aldeias vão poder ser visitadas e beneficiar de programas do governo para seu bem-estar social. Teremos melhor segurança e evitaremos elementos que antes se aproveitavam para se instalar nessas aldeias isoladas devido a falta de estradas ou picadas onde preparavam acções contra as nossas populações já não o farão”, exortou o então governador da colónia.

Apesar de mais de 70% das exportações angolanas de petróleo terem origem na sua colónia de Cabinda, o máximo que o regime colonial do MPLA dá ao povo são umas picadas por onde vão passar, é claro, os milhares de militares que lá tem e que – como força de ocupação – visam neutralizar qualquer tipo de resistência.

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