sábado, agosto 04, 2012

Peritos em “chafurdice” não se deixam abalar




Em Portugal, a  Ordem dos Médicos do Norte manifestou recentemente  “preocupação” com as nomeações dos directores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).

Usando o que o perito dos peritos do PSD e do Governo (Miguel Relvas) chama de “jornalismo interpretativo”, parece-me que Miguel Guimarães errou ao dizer que os nomeados são pessoas com “total ausência de experiência” na área.

Agora usando, com a devida vénia, as palavras do experiente e catedrático (por parte do pai) político e vice-presidente da bancada do PSD, Luís Menezes, acho que a Ordem dos Médicos do Norte está a a fazer "chafurdice política" e a funcionar como um "braço armado" de qualquer coisa.

Em causa está a “preocupação” perante as nomeações, “para cargos de elevada responsabilidade e complexidade”, de pessoas “cujo currículo demonstra uma total ausência de experiência profissional na área da gestão da saúde e na governação clínica”, refere o presidente da Ordem dos Médicos do Norte.

Tivesse Miguel Guimarães analisado a questão com mais pormenor e veria, creio, que essas pessoas tem experiência (mesmo que por equivalência lusófona) adquirida desde o nascimento.  À semelhança, aliás, do que se passa com Luís Filipe Valenzuela Tavares Menezes Lopes, economista, gestor de empresas e economista Director Geral do Grupo Unilabs Portugal.

Aliás, sobre a questão foi o próprio Luís Menezes que considerou, em nome do grupo parlamentar do PSD,  "infundadas" as críticas da Ordem dos Médicos do Norte, explicando que "40 por cento dessas nomeações representam reconduções".

Mesmo que, por qualquer falha no registo de equivalências profissionais, os restante 60 por cento não percebam um chavo da matéria, creio ser suficiente o facto de terem sido escolhidos pelo governo, facto que só por si os torna no mínimo licenciados no que for conveniente.

O deputado salientou ainda a "inteira confiança no Ministério da Saúde, garantindo que " tem mostrado uma enorme preocupação com a escolha das pessoas para ocupar lugares de chefia e gestão nas unidades de saúde".

"Gostávamos de ter visto igual diligência por parte de quem agora critica estas nomeações aquando das nomeações feitas pelo governo anterior sem qualquer critério conhecido", defendeu ainda Luís Menezes.

Ora aí está. É isso mesmo. Como diz o presidente da Câmara de Gaia, conselheiro de Estado, ex-presidente do PSD e putativo candidato à Câmara do Porto, o seu partido deve deixar-se de "pruridos" e lembrar aos portugueses que o esforço pedido é a "factura a pagar" pela "incompetência dos governos socialistas".

Houve tempo em que Luís Menezes (o pai) dizia que a culpa era dos “sulistas e elitistas”. Agora parece que o odioso é todo dos socialistas, mesmo que sejam nortistas e popularuchos.

Certo é que a culpa nunca é, nunca foi nem nunca será da malta do actual  PSD. Só falta dizer que  Portugal se revê (e penso que Luís Menezes – filho – já pensou nisso) em Deus no céu e em Passos Coelho na terra.  É, aliás, muito mais fácil não assumir as responsabilidades, catapultando toda a culpa para uma qualquer pesada herança, socialista, salazarista ou comunista.

Recorde-se que foi o “querido líder” do PSD quem afirmou que  “ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam; os que têm mais terão que ajudar os que têm menos; queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado; para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa”.

Ou ainda, "se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português; já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."

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