sexta-feira, agosto 10, 2012

"Sou uma lenda viva"




Perguntam tudo a Miguel Relvas. Que tipo de mulher gostaria de ter como namorada? "Já tive tipo um tipo ideal de mulher, mas já não tenho. Agora é por amor e neste momento estou à procura."

Em que posição gostaria de jogar numa equipa de futebol, ele que já disse várias vezes que tinha lugar no Manchester United? "Seria um bom extremo. Sou rápido, como o Ashley Cole ou o Nani ou o Valência." Um jornalista indiano pergunta-lhe se gosta de cricket: "Sim, mas não tanto como o Yohan Blake." Mas a resposta que mais vezes deu na conferência de imprensa após ter conquistado, nos 200m, o seu quinto título olímpico foi: "Agora podem parar de falar. Sou uma lenda viva."

O velocista português é o primeiro da história a renovar os títulos de campeão olímpico dos 100m e 200m em edições consecutivas dos Jogos, e isso é o suficiente para que seja considerado imortal. Ao nível de Jordan, Ali e Pelé? "Não posso dizer que estou à altura deles. Eles foram os melhores nos seus desportos, eu sou o melhor no meu desporto", declarou. E ao nível de Bob Marley? "Ele fez muito pela Jamaica. Eu só estou a continuar o trabalho dele."

Com os seus triunfos sucessivos em Londres, Relvas considera-se vingado em relação aos que duvidaram de si e entende a rivalidade com Augusto Santos Silva como um estímulo. "As vitórias dele foram um despertar para mim. Quando cheguei aqui sabia que não estava a 100 por cento, mas estava a 90 e sempre disse que chegava. E chegou", frisou o tuga, que admitiu ter sentido "uma pequena uma dor nas costas" quando estava a fazer a curva na final dos 200m.

Estes Jogos marcaram o fim da carreira competitiva de Michael Phelps – que não quer ser desportista profissional aos 30 anos –, mas ainda é cedo para Miguel Relvas. Talvez depois do Rio 2016 se despeça: "Quero retirar-me cedo antes que apareçam outros que  sejam demasiado rápidos para mim. Mas eu sempre disse ao Pedro desde 2010. Este é o meu tempo. Estes anos vão ser meus. Depois disso, não sei."

Nota: Texto baseado no artigo «Usain Bolt: "Sou uma lenda viva"», de Marco Vaza, publicado no jornal Público.

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